29 março 2007

Jogo virtual é arma contra o desemprego de universitários

O desemprego entre jovens (15 a 24 anos) dobrou em dez anos no Brasil. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante deste contexto, a via do empreendedorismo revela-se como possível saída para a crise. O Desafio Sebrae, jogo de negócios desenvolvido pela entidade em parceria com a Coppe/UFRJ, fala a linguagem do jovem ao mesmo tempo em que o estimula a desenvolver competências empreendedoras – gestão do tempo, trabalho em equipe, planejamento, tomadas de decisão, pensamento estratégico, entre outros. Segundo o estudo do IBGE, realizado em 2005, de cada 100 jovens que entraram no mercado de trabalho, 55 foram dispensados. Em comparação a 1995, a quantidade de mão-de-obra desocupada, entre 15 a 24 anos, cresceu 107%. Pesquisas do Sebrae indicam que cerca de 15% dos desafiantes saem do jogo e abrem seu próprio negócio. Renan Maldonado, bicampeão estadual do jogo (2004 e 2005), é um exemplo. Decidiu deixar o emprego que tinha em um banco de investimentos para se lançar no mercado. Em parceria com Vinícius Carneiro – também integrante da equipe campeã estadual do Desafio Sebrae –, Renan criou um sistema de gestão de contratos de empréstimo. “O programa facilita a vida do gestor auxiliando o cliente na tomada de decisões”, afirma Renan, estudante de Engenharia de Sistemas da Uerj. Para Vinícius Carneiro, o cenário é promissor. “A gente tem o mercado mapeado. Em uma semana, vendo 10 softwares. Só não consigo dar suporte, por enquanto”, avalia o sócio da 2 Tech. O economista Márcio Pochmann, professor da Universidade de Campinas (Unicamp), publicou recentemente um estudo com base na pesquisa do IBGE. “Situação do jovem no mercado de trabalho no Brasil: um balanço dos últimos 10 anos” revela que no ano de 2005 havia um desempregado para cada cinco jovens. “Hoje ele (o jovem) consegue alguma ocupação, algum bico, estágio, mas no momento seguinte ele volta a estar desempregado”, explicou Pochmann, em entrevista à Agência Brasil. Na edição de 2006 do jogo, concluída este ano, cerca de mil jovens foram aproveitados pela Companhia Vale do Rio Doce. Dentro do processo seletivo de estágio, a mineradora permitiu que os melhores ranqueados no Desafio Sebrae seguissem direto para a entrevista – quinta de sete etapas da seleção. Mesmo os que não entraram na CVRD aproveitaram a experiência e conseguiram alcançar boas posições no mercado de trabalho. Foi o caso de Anderson Lima, finalista estadual do jogo em 2006, que atualmente trabalha na Ambev. “O Desafio Sebrae me ajudou a entrar na empresa, porque aprendi muito com esta experiência”, revela.

Thiago Rosas
Agência Sebrae de Notícias

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