06 setembro 2006

O que motiva um empreendedor? por Eder Bolson

Muitos dizem que os empreendedores, esses visionários que assumem riscos e corajosamente fundam empresas, são motivados apenas pelo dinheiro. Outros dizem que os empresários são pessoas egoístas, que só vencem nos negócios motivados pela ganância sem limites. É evidente que uma pessoa busca lucro quando funda uma empresa. Ela busca uma recompensa para o trabalho árduo. Busca também um prêmio pelo fato de colocar suas reservas financeiras em risco. Posso afirmar que, na maioria das vezes, a principal motivação de um empreendedor não é o dinheiro. Isso pode parecer hipócrita, mas é a mais pura verdade.
Na maioria das vezes que converso com empresários sobre o assunto, consigo perceber que a motivação principal para eles empreenderem não foi o lucro. Alguns falam que foi a busca por satisfazer um sentimento de realização pessoal. Foi também para poder mostrar para parentes e amigos todas as suas potencialidades como pessoa. Outros falam que foram movidos pela busca de maior prestígio social. Outros almejavam um certo poder político, a ser exercido a partir da conquista de maior poder econômico. Muitos empresários com mentalidade esportiva dizem ter começado seus negócios pelo simples fato de gostarem de competir, de vencer e de saborear vitórias. São também citadas, em menor número, as motivações sociais, muitas de inspiração religiosa. Um exemplo disso, segundo alguns empreendedores, é a necessidade de fazer algo pelo social, algo que possa gerar emprego e renda para determinadas comunidades mais necessitadas.
Cientistas geralmente transformam-se em empresários porque acreditam no sucesso de suas invenções ou descobertas. Diante disso são motivados a fundarem empresas que possam transformar suas descobertas em produtos úteis para a sociedade. Não faltam também os grandes visionários sempre dispostos a vencer desafios. Sempre dispostos a transformar em realidade os sonhos que seus amigos e parentes julgam impossíveis. Outros alegam que foram motivados pela busca da eternidade. Pelo desejo de deixar uma marca indelével de sua passagem pela vida terrena. Talvez por esse motivo, muitas empresas são batizadas com o nome do seu fundador ou da sua família. Muitos confessam que só se sentiram motivados a empreender depois do nascimento do primeiro filho. Nesses casos é o instinto de proteção das gerações futuras que se manifesta. Ele desperta no empreendedor, até inconscientemente, a necessidade de iniciar a construção de um patrimônio sólido para a família.
Diante dos inúmeros tipos de motivação é injusto pré-julgar um empresário como avarento ou egoísta. É também equivocado dizer que a maioria dos empresários faz de tudo e, passa por cima de todos, tão somente pelo amor sórdido que nutre pelo vil metal. O jovem empreendedor brasileiro sonha, planeja, assume riscos e trabalha como um condenado. Ele navega em seu frágil barquinho empresarial contra um maremoto de burocracia, impostos e juros altos. Ele jamais poderá ser confundido com uma pessoa egoísta ou avarenta.
Está na hora de separar o joio do trigo, sem arrancar o trigo. Está na hora da sociedade brasileira valorizar mais o êxito individual. De deixar de abominar o lucro empresarial como algo pecaminoso. Por outro lado, os verdadeiros empresários não precisam mais falar de suas atividades lucrativas com qualquer tipo de constrangimento. Eles precisam se sentir como agentes ou motores do desenvolvimento. Como construtores de riquezas e multiplicadores de empregos. Como sustentáculos da imensa pirâmide que é o mundo capitalista.
Eder Bolson, empresário, professor universitário, autor de “ Tchau, Patrão! ” - Editora SENAC - www.tchaupatrao.com.br .

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Márcio, acabei de descobrir seu Blog e fiquei muito feliz por isso. Esse seu artigo foi ótimo, de fato eu e alguns amigos empreendedores (clientes) já sentimos em algum momento uma certa discriminação por trabalhar duro! Uma visão um pouco distorcida de que todos os empresários só se ligam na grana. Acredito que você conseguiu sintetizar os verdadeiros MOTIVOS de um empreendedor. Um grande abraço.

Marcio Nobrega disse...

Ola Roberto, concordo com você ao fato de que verdadeiros emprendedores se preocupão sim com outras coisas alem do capital, e digo que as micros empresas tem vital participação no desenvolvimento social das suas comunidades, porem tenho que creditar os creditos corretamente, este artigo especifico foi escrito pelo EDER BOLSON autor do livro "tchau, patrão", porém publicado por mim com sua devida autorização, e fica ai a dica, o livro é muito bom. Valeu, continue participando.