26 fevereiro 2007

Empreendedorismo e ambição por Eder Luiz Bolson

É da natureza humana querer se destacar e sempre melhorar em algum aspecto. Todos somos ambiciosos, em maior ou menor grau. A ambição é um dos motores mais potentes do empreendedorismo. Muitos cientistas afirmam que ambição é um traço psicológico hereditário. Outros defendem a idéia de que a ambição pode ser estimulada pelo ambiente, podendo até ser ensinada para as crianças. Os imigrantes que, por razões econômicas, trocam suas pátrias na busca por melhores condições de vida, costumam cultuar o empreendedorismo e desenvolver a ambição nos seus descendentes. Eles são um exemplo claro de como o ambiente familiar pode influenciar no desenvolvimento da ambição. Além do exemplo dado pelo ato corajoso de abandonar tudo e emigrar, eles costumam injetar nos filhos um forte sentimento de que correr algum risco pode ser gratificante. Um sentimento de que é preciso ter persistência e muita energia para lidar com derrotas parciais e, sobretudo, para vencer os inevitáveis obstáculos que a vida apresenta. Que é preciso ter desejo veemente, aspiração forte, ousadia e muita garra na perseguição de metas e objetivos claros. Como resultado, poucos filhos de imigrantes se contentam em serem empregados pelo resto de suas vidas. Para comprovar isso é só verificar a origem estrangeira da maioria dos sobrenomes dos pequenos ou grandes empresários brasileiros que conhecemos. Uma pessoa muito ambiciosa costuma ser o empregado dos sonhos de qualquer empresa. Ambição exacerbada e vontade inabalável de vencer são ativos pessoais diferenciados e supervalorizados no ambiente corporativo hipercompetitivo em que vivemos. Muitas empresas exploram habilmente esse lado ambicioso dos colaboradores através do uso de sistemas de recompensas baseados em salários fixos baixíssimos e variáveis altíssimos. Nelas, os salários e bonificações costumam ser iscas apetitosas, variando do inferno ao céu, conforme o desempenho e os resultados alcançados. A ambição mal administrada pode ser perigosa.Um empreendedor muito ambicioso pode provocar nos seus colegas, clientes, fornecedores ou colaboradores tanto admiração quanto inveja e, até mesmo, desprezo. Em ilhas do Pacífico e, em muitas regiões do interior do Brasil, a ambição costuma ser inibida e execrada. Em algumas religiões a ambição tem um sentido pecaminoso. Nelas, a cobiça e a avidez desmedida pela conquista de bens materiais costumam confundir-se com o conceito de ambição. Enquanto isso, nas empresas e na maioria das sociedades modernas, o conceito de ambição se confunde com os de motivação e de empreendedorismo. Num empreendedor jovem, a ambição combinada com o apetite para competir e vencer podem se tornar insaciáveis e até mesmo prejudiciais para o atingimento de seus objetivos maiores. Diante disso, será fundamental que ele saiba estabelecer um controle para a chama de sua ambição. Que ele saiba dosá-la e dirigi-la dentro de princípios éticos e morais. Que ele saiba dissociá-la da busca por poder ou dinheiro “a qualquer custo”. Que ele saiba dosar e distribuir a sua ambição de forma eqüitativa entre o “querer ter” e o “querer ser”.
Empreendedor: Cultive os aspectos positivos e saiba controlar o nível da sua ambição. Bons empreendimentos e muito sucesso!
Eder Bolson, empresário, professor universitário, autor de “Tchau, Patrão!” – Editora SENAC.

Um comentário:

Anônimo disse...

valeu....muito bom...é isso aí...